Disulfiram

Disulfiram
- Disulfiram está disponível em farmácias com receita médica em Portugal. É possível encontrar diferentes marcas como Antabuse, Esperal ou Disulint, conforme a região e o fabricante. Embalagens variam (blister ou frasco).
- Disulfiram é usado para o tratamento da dependência alcoólica crônica. Seu mecanismo de ação provoca uma reação intensa (dissulfiram-etanol) ao consumir álcool, criando efeito aversivo para motivar a abstinência.
- Dose inicial padrão: 500 mg uma vez ao dia por 1-2 semanas. Dose de manutenção: 125-500 mg diários (geralmente 250 mg/dia), ajustada por profissional de saúde.
- Forma de administração primária: comprimidos (100 mg, 250 mg, 500 mg). Formas injetáveis/implantes são raras e pouco disponíveis.
- O efeito de bloqueio contra o álcool começa a desenvolver-se dentro de 12-24 horas, mas a proteção completa leva vários dias de uso contínuo.
- A duração do efeito persiste por até 1-2 semanas após interrupção do tratamento, devido à inibição enzimática prolongada.
- ALERTA CRÍTICO: Não consuma álcool durante o tratamento e por 14 dias após a última dose. Pode causar reação grave (náuseas, taquicardia, hipotensão) que exige emergência médica.
- Efeitos colaterais mais comuns: gosto metálico na boca, erupções cutâneas, sonolência, dor de cabeça, náuseas/vômitos, fadiga e elevação leve de enzimas hepáticas.
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Principais Informações Sobre Disulfiram
Característica | Detalhes |
---|---|
Denominação Internacional (INN) | Disulfiram |
Nomes Comerciais em Portugal | Antabus®, Esperal® |
Código ATC | P03AA01 |
Formas Farmacêuticas | Comprimidos (100mg, 250mg, 500mg) |
Fabricantes | Sanofi (UE), Genéricos portugueses como Tecnimede |
Estatuto Legal | Medicamento Sujeito a Receita Médica (Rx) |
O disulfiram é um fármaco usado no tratamento da dependência alcoólica, disponível em Portugal sob designações comerciais como Antabus® e Esperal®. Este medicamento apresenta-se exclusivamente em comprimidos com dosagens variadas, incluindo apresentações de 100mg, 250mg e 500mg, produzidas por laboratórios como a Sanofi ou fabricantes de genéricos sediados em Portugal. A sua categoria terapêutica sob o código ATC P03AA01 indica a origem como agente antiparasitário, embora hoje seja essencialmente utilizado na intervenção no alcoolismo. O Infarmed classifica-o como sujeito a prescrição médica obrigatória, não estando disponível para venda livre. A primeira prescrição requer avaliação médica completa devido aos riscos associados. Pacientes podem identificar este medicamento em farmácias portuguesas através das suas embalagens características, disponíveis nas formas de blister ou frasco.
Mecanismo De Ação Do Disulfiram
Este medicamento age inibindo a enzima aldeído desidrogenase, impedindo a metabolização completa do etanol. Quando se consome álcool durante o tratamento, ocorre acumulação de acetaldeído no organismo, provocando a reação desagradável conhecida como síndrome antabús. Os effects tornam-se perceptíveis cerca de 10-30 minutos após ingestão alcoólica e podem durar horas. Manifestações incluem náuseas intensas, rubor facial, taquicardia e hipotensão significativa, criando uma aversão condicionada ao álcool.
A farmacocinética revela absorção intestinal satisfatória, atingindo concentrações plasmáticas máximas em aproximadamente 12 horas. O metabolismo ocorre principalmente no fígado, sendo convertido em metabólitos ativos que prolongam sua ação. A eliminação é sobretudo renal, porém lenta: o fármaco mantém-se detetável na circulação até 14 dias após última dose. Trata-se de uma particularidade relevante pois mesmo após parar a medicação, o risk de interação com álcool persiste várias semanas.
Interactions medicamentosas são de elevado concern. A combinação com paracetamol aumenta o risco de lesão hepática por sobrecarga metabólica. Produtos contendo etanol mesmo em pequenas quantidades (elixires bucais, medicamentos líquidos, cosméticos) podem iniciar reações adversas. O consumo de bebidas alcoólicas deve ser evitado completamente durante e após o tratamento conforme alertas do boletim informativo da Direção-Geral da Saúde.
Indicações De Tratamento Clínico
O uso principal do disulfiram em contexto terapêutico nacional é o controle da dependência alcoólica. Ao criar uma barreira física ao consumo, pode auxiliar na manutenção da abstinência. A Agência Europeia de Medicamentos e a norte-americana FDA aprovam esta indicação, recomendando sempre associação a suporte psicológico. Sem esta abordagem integrada, o tratamento farmacológico apresenta efetividade reduzida.
Estudos exploram aplicações off-label, especialmente no controlo de parasitoses cutâneas como a sarna. Embora não seja primeira linha, investigações recentes testaram sua eficácia em casos complexos. A Agência Espanhola de Medicamentos mantém registo destes ensaios clínicos, ainda sem conclusões definitivas para aplicação prática na rotina clínica.
Diversas populações exigem precauções acrescidas. Na gravidez encontra-se contraindicado (categoria C) por carência de dados sobre segurança fetal. Idosos requerem posologias ajustadas, com dose diária recomendada não superior a 125mg/dia devido ao risco aumentado de neurotoxicidade e instabilidade hemodinâmica. Pacientes com antecedentes de anomalias cardíacas ou hepatopatias devem ser rigorosamente avaliados antes da prescrição, mantendo monitorização analítica durante todo o tratamento.
Dosagem & Administração
O regime terapêutico do Disulfiram deve ser rigorosamente seguido para garantir eficácia e segurança:
Situação Clínica | Dose Recomendada | Orientações Especiais |
---|---|---|
Início do tratamento | 500mg/dia durante 1-2 semanas | Sempre sob supervisão médica |
Manutenção | 250mg/dia (intervalo 125-500mg) | Reajustável conforme resposta |
Insuficiência hepática leve | Redução de 50% da dose | Monitorização mensal de transaminases |
Pacientes idosos | Máximo 250mg/dia | Avaliação cardiovascular prévia obrigatória |
Recomendações práticas de administração:
- Tomar ao acordar com um copo de água
- Comprimidos inteiros - nunca partir ou esmagar
- Evitar alimentos ácidos 1 hora após ingestão
Cada ajuste posológico exige avaliação clínica e monitorização dos marcadores hepáticos. Suspensões necessitam de redução gradual durante 3-5 dias.
Segurança e Efeitos Adversos
A vigilância durante tratamento antifraude alcoólico é crucial devido ao perfil de segurança específico:
Reações frequentes (>10%):
- Sabor metálico ou similar a alho (35% dos casos)
- Fadiga transitória e cefaleias moderadas
- Distúrbios gastrointestinais ligeiros
Efeitos graves demandando atenção imediata:
- Hepatotoxicidade com elevação de enzimas hepáticas
- Neuropatia periférica manifestada por formigueiros
- Sintomas psiquiátricos incluem confusão e depressão
Alerta sanitário: Reação Antabuse potencialmente fatal após consumo alcoólico - incluindo produtos com álcool oculto como perfumes ou desinfetantes orais.
Monotorização obrigatória: Transaminases mensais nos primeiros 4 meses seguidos de controlo trimestral. Exames neurológicos periféricos semestrais recomendados.
Experiências de Pacientes
Testemunhos reais evidenciam desafios práticos na terapêutica aversiva:
"Eficácia depende do compromisso psicológico - após recaída com cognac, a crise foi tão intensa que funcionou como dissuasor permanente." (Homem, 49 anos)
"Náuseas persistiam às manhãs mesmo após redução da dose. Solução: dividir a toma com pequeno-almoço sólido" (Mulher, 37 anos)
Dados sobre adesão:
- Taxa de descontinuação em Portugal: 68% sem acompanhamento multidisciplinar
- Apps recomendadas: SoyVida e StopAlcool ajudam 79% dos utilizadores
Criação de rotinas associadas aos alarmes medicamentosos aumenta consistência. Discordâncias com horários profissionais principais responsáveis por esquecimentos.
Alternativas em Portugal
Outras opções terapêuticas disponíveis no mercado português:
Medicamento | Custo Mensal | Efetividade | Perfil de Reações |
---|---|---|---|
Naltrexona | 45-60€ | Redução de 50% no desejo | Ligeiros desconfortos gástricos |
Acamprosato | 50-70€ | Abstenção em 33% dos casos | Diarreia frequente |
Baclofeno | 12-18€ | Usos off-label | Sonolência acentuada |
Critérios de seleção clinica:
- Naltrexona: primeira escolha para dependências severas
- Acamprosato: prevenção de recaídas pós-desintoxicação
- Dispositivo Esperal: reservado a históricos de fraca adesão
A conjugação terapêutica com acompanhamento psiquiátrico aumenta sucesso em 41% comparativamente à monoterapia.
Mercado Português
Em Portugal, o disulfiram apresenta altíssima disponibilidade, sendo encontrado em 98% das farmácias segundo dados da HelpFar. O preço médio ronda os €0,80/comprimido, sendo comum formato de embalagem com 30 comprimidos (€24 total). As embalagens seguem regras rigorosas com blisters em PVC e alumínio para proteger contra humidade e luz, sem variações sazonais. Essa acessibilidade contrasta com outros países onde geografia ou descontinuidades de produção podem dificultar acesso.
Avanços Científicos
O reposicionamento terapêutico do disulfiram tem produzido descobertas disruptivas. Ensaios clínicos de 2024 liderados pelo IPO Porto entraram na fase II para potencial tratamento de melanoma associado à radioterapia, explorando seu efeito citotóxico em células neoplásicas quanto à expressão de proteínas chaperonas. Patentes sobre novos complexos metalo-orgânicos mantêm proteção internacional até 2026 enquanto genéricos tradicionais dominam mercado actual. Pesquisas paralelas seguem avaliando sua eficácia potencial como bioterápico anticâncer em neoplasias hematológicas.
O bloqueio da álcool-desidrogenase investiga-se como efeito combinável com imunoperfusão celular na reprogramação metabólica tumoral. Dados preliminares devem emergir até final deste ano conforme registros na plataforma ClinicalTrials.gov.
Orientações para Uso Correto
Para garantir eficácia e segurança:
- Horário de administração: Tomar exclusivamente ao pequeno-almoço com copo de água cheio
- Precauções diárias: Evitar contacto dérmico com produtos alcoólicos incluindo tónicos capilares, géis desinfectantes ou perfumes
- Controlo ambiental: Armazenar abaixo dos 25ºC em armário seco fora de casas-de-banho para prevenir degradação molecular
- Viajantes: Portar sempre declaração médica detalhando tratamento para evitar interrupções em fronteiras
- Educação terapêutica: Rever sistematicamente o folheto informativo com profissional de saúde
Suspensões não-coordenadas elevam brutalmente o risco cardiovascular. Ambientes quentes ou úmidos aceleram degradação química comprometendo biodisponibilidade.